Misturas, fusões, experimentações...nos quatro cantos do mundo, música!

World Music trata-se na verdade de um termo hoje reconhecido como gênero musical, que da melhor maneira possível, serve para interpretar a cultura de um povo. Essa música tão rica em particularidades que traduzem a identidade de um um grupo sempre existiu. Desde o período Paleolítico na Pré-história, registros sobre manifestações culturais envolvendo música vem sendo encontrados.

Entretanto, o termo World Music foi criado em meados de 1960 por Robert E. Brown, um professor cujo objetivo era o de promover a assimilação dos estilos musicais e danças de diversas partes do mundo por meio da prática. Contudo, o termo só ganhou visibilidade internacional no ano de 1980 quando estruturas musicais inusitadas puderam ser apreciadas por grupos diversos, principalmente os de cultura anglo-saxonica. Neste período, alguns artistas inquietos e interessados na diversidade cultural, promoveram a fusão de gêneros já tidos como tradicionais em nossa cultura com artistas das mais longínquas partes do mundo

domingo, 20 de março de 2011

Debu

Debu é para mim uma daquelas bandas ímpares que não dá para comparar com nada que a gente já ouviu por aí.  Trata-se de uma banda formada por muçulmanos em sua maioria norte-americanos que vivem na Indonésia.  A banda que está em atividade desde 2001 tem um repertório poliglota pois suas letras que falam sempre de paz, amor ou sobre a presença do Criador, são cantadas em alemão, turco, chines, árabe, inglês e espanhol além disso, os instrumentos também são de diversas partes do mundo e isso inclui os da Indonésia.  Debu é o que poderíamos chamar de uma autêntica representante do real significado do gênero World Music: desde a necessidade de passar suas mensagens de paz e amor até a fusão de gêneros com os quais trabalham o repertório da banda.  Ouçam e avaliem vocês mesmos:

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CLAUDE CHALLE : KUON GANJO - KARMIX


Escolhi um álbum especificamente para falar do artista em questão.  O tunisiano cujo nome de batismo é Claude Challom  entrou para o mundo da música por obra do acaso.  Claude Challe*, como é conhecido, iniciou sua vida profissional como cabeleireiro e foi tão bem sucedido que passou a ser denominado como o homem da tesoura dourada.  Obteve fama e reconhecimento mas resolveu abandonar o glamour, viveu numa comunidade hippie na Sardenha por um período. Posteriormente, decidiu ir mais longe para conhecer outras culturas. Passou pela Índia, Nepal e Indonésia,  começou a incorporar signos e sons que descobriu nestes novos mundos à sua música.  Antes disso,  Claude teve uma breve passagem pelo mundo da moda por conta de sua vivência em Paris mas logo se descobriu na música, nos sons da Ásia, Norte da África e Oriente Médio. 
Claude participou de vários clubes noturnos como Dj incluindo um dos mais famosos:  o Buddha Bar. Como co-fundador, Claude criou uma série de cds com músicas de influência asiática e africana, colaborou na carreira de outros grandes DJ´s como Stéphane Pompognac, responsável pela série de discos Hotel Costes de Paris. 
Aqui resolvi registrar especificamente um disco: Karmix, de 2001.  O que torna esse cd especial é a harmonia na produção destas faixas.  Na minha opinião este é um daqueles raros cds em que não existe nenhuma música dentre as 12 que seja considerada ruim. Mas como música é realmente uma questão de gosto mesmo para os apreciadores de World Music, a quem não ouviu ainda, sugiro que ouça e tire suas próprias conclusões. Decepção? Acho pouco provável, o Dj Claude Challe tem experiência de sobra e isso fica muito claro na escolha das músicas, do estilo, seja techno, house em seus discos ou na série feita para o Buddha Bar.  

*Claude Challe é dono do selo Chall´O Music, subselo da Wagram.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CHAMBAO

Chambao é uma espécie de tenda que abriga do sol na praia.  Chambao é também o nome de uma banda de origem espanhola que conquistou a Europa com uma mistura do ritmo compassado e forte do Flamenco, com a suavidade do Chill Out.  Um músico holandês e três malaguenhos resolveram fundar o Chambao por assim dizer.  A mistura do tradicional flamenco com os elementos de musica eletrônica do chill out aliados a voz marcante da vocalista La Mari fez do Chambao uma das bandas respeitadas em toda a Espanha e posteriormente Europa. O grupo já vendeu 1 milhão de cópias.  O som do Chambao vale ser ouvido ao menos por curiosidade pois provavelmente vai agradar até aos de ouvidos mais exigentes no que diz respeito a músicas que fogem radicalmente do trivial.   
Destaco aqui duas musicas bem diferentes do grupo, a primeira do álbum Endorfinas en La Mente e posso garantir que a música "casa" perfeitamente com o título, ouçam por favor:


A segunda, Pokito a Poko do álbum homônimo nos leva numa viagem a um flamenco repaginado mas nem por isso menos original:

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Transglobal Underground

Eu humildemente definiria o Transglobal Underground como um projeto mas trata-se de uma banda formada por músicos baseados na Inglaterra, mais precisamente em Londres de várias nacionalidades e que com isso, enriquecem o grupo com experiências e instrumentos diferenciados.  Alguns preferem chamar de ethno-techno, eu simplifico e continuo chamando de world music. As inúmeras fusões que permeiam o trabalho do Transglobal, também estão presente no trabalho de outros grupos que lidam com a música como  um experimento em constante mutação.  O TGU como também é conhecido, utiliza elementos de músicas orientais, africanas e de diversas outras partes do mundo de forma homogênea. Essa sonoridade é coroada com os vocais de Natasha Atlas, cantora embora de origem belga, tenha pai egípcio e vivido sua infância no bairro muçulmano de Bruxelas, trouxe a tradição de seus antepassados egípcios, marroquinos e palestinos, para a música.

Dengue Fever

Abro as portas com uma banda que me dá muito prazer quando ouço.  Se você procurar por Dengue Fever na net, primeiramente vai encontrar várias informações sobre o vírus mas a Dengue Fever à qual me refiro, nada mais é que uma banda de rock que fez uma ousada porém feliz mistureba que passeia pelo rock cambojano dos anos 50 e 60 e de certa forma, se apropria com categoria, até o jazz etíope cool e refinado de Mulatu Astatke que dispensa comentários.  Tudo começou por conta de  uma  viagem ao Camboja. Ethan, fica encantado com o país e decide junto com seu irmão Zac montar uma banda que seria pautada nas experiências musicais de Ethan no camboja: depois de ouvir  muito rock cambojano dos idos de 1950 até 1970, Ethan decidiu criar a Dengue Fever. Mas Ethan não queria montar mais uma banda, ele queria uma vocalista que cantasse em Khmer!  E lá mesmo em Los Angeles, numa boate do bairro conhecido como Little Phnom Penh ou pequeno Camboja, Ethan e Zac  finalmente encontraram sua vocalista. Chlom Nimol que já havia sido cantora de karaokê no Camboja, assume os vocais.  A banda não é nenhuma desconhecida do público pois além de prêmios, está presente em algumas trilhas sonoras de filmes como Flores Partidas de Jim Jarmush.  Eu destaco aqui duas pérolas: a primeira Ethanopium que trata-se justamente do cover da musica de Mulatu Astatke e que  não deixa nada a desejar e a outra, uma das minhas prediletas entre tantas da banda One Thousand Tears of a Tarantula que esteve presente na trilha sonora da segunda temporada da série Weeds.  Taí, espero que vocês curtam tanto quanto eu.